A primeira referência ao caráter festivo do dia 10 de junho
é no ano 1880 por um decreto real de D Luís. I que declara "Dia de Festa
Nacional e de Grande Gala" para comemorar apenas nesse ano os 300 anos da
hipotética data da morte de Luís de Camões, 10 de junho de 1580.
Na sequência dos trabalhos legislativos após a Proclamação
da República Portuguesa de 5 de Outubro de 1910, foi publicado um decreto em 12
de Outubro estipulando os feriados nacionais. Alguns feriados foram eliminados,
particularmente os religiosos, de modo a diminuir a influência social da igreja
católica laicizar o Estado.
Neste decreto ficaram consignados os feriados de 1 de
Janeiro, Dia da Fraternidade Universal; 31 de Janeiro, que evocava a revolução
falhada no Porto, e portanto foi consagrado aos mártires da República; 5 de
Outubro, Dia dos heróis da República; 1 de Dezembro, o Dia da Autonomia
(Restauração da Independência) e o Dia da Bandeira; e 25 de Dezembro, que
passou a ser considerado o Dia da Família, laicizando a festa religiosa do
Natal.
O decreto de 12 de Junho dava ainda a possibilidade de os
concelhos escolherem um dia do ano que representasse as suas festas
tradicionais e municipais.
A 29 de agosto de 1919, através do decreto 17.171, passa a
consagrar-se o dia 10 de junho como feriado nacional.
Com a entrada em vigor da Constituição de 1933, todas estas
leis ficaram sem efeito.
O 10 de Junho começou a ser particularmente exaltado com o
Estado Novo, o regime instituído em Portugal em 1933 sob a direção de António
de Oliveira Salazar. A generalização dessas comemorações deveu-se bastante à
cobertura dos meios de comunicação social.
Até ao 25 de Abril de 1974, o 10 de Junho era conhecido como
o Dia de Camões, de Portugal e da Raça, este último epíteto criado por Salazar
na inauguração do Estádio Nacional do Jamor em 1944. A partir de 1963, o 10 de
Junho tornou-se numa homenagem às Forças Armadas Portuguesas, numa exaltação da
guerra e do poder colonial.Com uma filosofia diferente, a Terceira República
converteu-o no Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas em
1978. Desde o ano 2013 a comunidade autónoma da Extremadura espanhola festeja
também este dia.
As comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das
Comunidades Portuguesas são celebradas por todo o país, mas só as Comemorações
Oficiais são presididas pelo Presidente da República e muitas outras grandes
individualidades como o Presidente da Assembleia da República, o
Primeiro-ministro, os Ministros, os Embaixadores e outras personalidades. As
comemorações envolvem diversas cerimónias militares, exposições, concertos,
cortejos e desfiles, além de uma cerimónia de condecorações feita pelo
Presidente da República.
Desde 1977 dezenas de cidades já receberam as comemorações,
oito delas não são capitais de distrito. Todos os anos, o Presidente da
República Portuguesa elege uma cidade para ser sede das comemorações oficiais.
Em 2016, as comemorações oficiais decorreram pela primeira vez em duas cidades
ao mesmo tempo: Lisboa e Paris, naquela que foi a primeira eleição da
cidade-anfitriã por Marcelo Rebelo de Sousa enquanto Presidente da República.
Foi também a primeira vez que as comemorações oficiais aconteceram numa cidade
fora do país. Em 2017 no Brasil, nos Estados Unidos em 2018 e em Cabo Verde em
2019.
Em 2020, devido à pandemia de covid-19, Marcelo Rebelo de
Sousa cancelou as comemorações do 10 de Junho.
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